No último dia 8 de março foi celebrado o Dia da Mulher. A data sempre levanta discussões sobre o papel da mulher e como ela vem ganhando protagonismo nas discussões políticas, econômicas e principalmente social. No mundo do marketing, no entanto, a figura feminina nem sempre é tratada em conformidade com essa realidade. Pelo contrário, há inúmeros casos em que a mulher é objetificada.
Ainda bem que esse equívoco vem sendo minimizado em todo o mundo. No Reino Unido, por exemplo, o horizonte é animador. Recente pesquisa realizada pela “Marketing Week” mostra que os britânicos estão mudando a sua concepção da imagem da mulher nos comerciais. Segundo a pesquisa, mais de 50% dos britânicos acreditam que as mulheres estão mais bem representadas do que há cinco anos. Outro dado interessante é que 64% das mulheres de etnia minoritária estão ganhando mais espaço nos comerciais. Ao utilizarem essa nova abordagem, além de promoverem a igualdade, as marcas ajudam a sociedade a quebrar barreiras de gênero, que é o que efetivamente está na base do preconceito.
É fato que o marketing, assim como as sociedades modernas, já foi muito mais machista do que é hoje. O movimento feminista alterou diversas formas de como o mundo enxerga o papel feminino. No marketing surgiu o movimento “femversiting”, união das palavras feminist e advertising (feminista e propaganda). Trata-se de por em prática a retórica do feminismo na produção de comerciais e serviços de marketing.
Diante desse conceito, vale uma análise de duas campanhas que despertam o debate em torno dessa tendência. Uma a favor outra totalmente contrária a esse novo jeito de ver a mulher como protagonista de mensagens comerciais.
1 - A caneta Bic para mulheres.
Em 2012 a famosa marca de canetas Bic lançou uma linha de produtos intitulada “For Her” (para elas), com as cores roxo e rosa e um design que deveria lembrar uma silhueta elegante e detalhes pensados para dar estilo. A marca foi duramente criticada, fazendo com que os produtos fossem retirados do site oficial da marca. Entretanto, ainda é possível adquirir as “canetas femininas” em sites de venda online como Amazon.
2 - Nissan promovendo a inclusão.
Em 2017 a Arábia Saudita tomou uma decisão histórica de autorizar que mulheres pudessem dirigir carros no país a partir de 2018. Aproveitando a oportunidade, a montadora de carros realizou o comercial “She Drives”, no qual apresenta mulheres árabes falando de como o ato de dirigir é uma forma de independência e autoconfiança. O comercial também mostra a opinião dos parceiros de algumas mulheres colocando em xeque a decisão do governo por conta de uma visão preconceituosa, segundo a qual a novidade poderia significar mais acidentes de trânsito e outros problemas. Com esses relatos a Nissan promoveu um teste de pilotagem para as mulheres e o resultado foi surpreendente, a ponto de os homens passarem a apoiar a presença das mulheres no comando dos automóveis.
Definitivamente, as mudanças sociais estão acontecendo a todo o momento e ideias tidas como absolutas não cabem mais nos dias de hoje. Especialmente no mundo da comunicação e do marketing.
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